As exportações de café do Brasil somaram 3,75 milhões de sacas de 60 kg em setembro, volume 18,4% menor em relação às 4,59 milhões embarcadas no mesmo mês de 2024. Os dados foram divulgados pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CECafé).
Entre os meses de janeiro a setembro deste ano, por exemplo, as vendas externas do café brasileiro reduziram 20,5%. Em nota, o presidente do CEcafé, Márcio Ferreira, disse que uma soma de fatores prejudicou o resultado das exportações brasileiras.
“O desempenho em setembro, na safra e no acumulado do ano, eram esperados (…) claro, o declínio foi potencializado pelo tarifaço de 50% imposto pelo presidente americano, Donald Trump, sobre os cafés do Brasil, que impactou fortemente os embarques aos EUA, que são o maior consumidor mundial e o principal importador do produto brasileiro“, analisou ele.
No mês passado, o segundo com a vigência das sobretaxas americanas, os Estados Unidos (EUA) reduziram em 52,8% as importações dos cafés do Brasil em relação a setembro de 2024. A situação fez com que os EUA descessem ao posto de terceiro no ranking mensal de compradores. A líder passou a ser a Alemanha, seguida por Itália, países que também registraram quedas nas compras do nacional (16,9% e 23%, respectivamente).
Diante dos reflexos do tarifaço sobre as exportações, o presidente do CEcafé afirmou que não é possível abrir mão do mercado dos EUA. “O Poder Executivo precisa se mobilizar com urgência em prol do país. Não existe mais o receio de não haver abertura ao diálogo diplomático e os exportadores brasileiros, em nosso caso específico do café, já sofrem fortes impactos nesses dois meses de vigência das taxas, com nossos parceiros importadores americanos solicitando a postergação ou mesmo o cancelamento dos negócios devido ao elevado encarecimento do produto impulsionado pelo tarifaço“, pontuou Ferreira.