O Banco do Brasil anda tirando o sono dos candidatos a vereador do Rio de Janeiro. Já dentro do período eleitoral alguns candidatos ainda não conseguiram abrir a conta bancária e, sem ela, não podem receber doações nem fazer pagamentos. A mazela atinge vários partidos.
Diferentemente dos anos anteriores, o Banco do Brasil tem se negado a fazer a abertura de conta de forma presencial. Para evitar as longas filas, o banco estatal apelou para o digital — e a inteligência artificial. O candidato precisa acessar um programa e fazer uma selfie. O sistema do banco, entretanto, está levando até 72 horas para avisar que o candidato não passou pelo reconhecimento facial.
“Está sendo, de longe, o pior ano. Os candidatos tem registrado muitos problemas, especialmente os que têm mais dificuldades com o sistema digital”, conta Juan Leal, presidente do PSOL na capital. Ele levou uma semana para abrir a conta do diretório municipal.
João Maurício, presidente estadual do PT, também relata muitas reclamações. Ele conta que está orientando os candidatos a procurarem outros bancos. Na agência do Banco do Brasil da Rua Evaristo da Veiga, no Centro do Rio, havia, à tarde, uma fila de políticos tentando achar uma solução para o problema.
Segundo tesoureiro do PSD, o ex-deputado Luiz Carlos Ramos do Chapéu visitou a Câmara do Rio na última terça-feira (20/08) e não escapou de ouvir reclamações. Cada vereador que entrava ia reclamar sobre as dificuldades em abrir a conta. Chapéu ouviu reclamações até mesmo de quem não é do partido.
Nem o seu rebento conseguiu driblar os problemas. Luiz Ramos Filho (PSD) fez a selfie várias vezes e o sistema não aceita, mas ele tem uma explicação. Nas fotos do documento de identidade, está bochechudo e de cabelos pretos. Agora está magro e de cabelos pretos com luzes grisalhas e acaju. Provavelmente, o robô do BB acha que não se trata da mesma pessoa.
Fonte: Berenice Seara