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Cláudio Castro perde na capital, mas elege maioria dos prefeitos do estado

Cláudio Castro perde na capital, mas elege maioria dos prefeitos do estado

A gestão do governador Cláudio Castro (PL), sobretudo na área de Segurança Pública, foi um dos principais temas discutidos na campanha pela Prefeitura do Rio. A área foi a principal bandeira do correligionário Alexandre Ramagem, que chamou a gestão estadual de “medíocre” e deu nota 7 à política de segurança de Castro. O governador também foi alvo constante de ataques de Eduardo Paes (PSD) e chegou a ser considerado pelas pesquisas o “pior padrinho” destas eleições.

Apesar do desgaste na capital, grande parte dos candidatos a prefeito apoiados por Castro se elegeu no último domingo (06/10), repetindo parte da eleição de 2022, quando ele foi reeleito com grande força do interior. O PL, partido do governador, se tornou o partido fluminense com mais prefeitos eleitos: 22 já no primeiro turno e mais um candidato no segundo turno em Niterói. O crescimento da sigla no interior é claro: em 2020 conquistou apenas nove prefeituras. A liderança fora de DEM, PP e PSC com dez municípios cada. Ao conseguir consolidar uma maior força no interior do Rio, o PL renova a força de Castro justamente onde o governador teve melhor desempenho na reeleição de 2022.

Ao menos 19 cidades tiveram apoio explícito de Castro a um dos candidatos a prefeito. O governador ajudou a eleger 14 prefeitos desses municípios. Ele viu seus aliados saírem vencedores nas corridas pelas prefeituras de Angra dos Reis, Cabo Frio, Resende e Barra Mansa, por exemplo. O apoio não foi efetivo em Três Rios e Teresópolis.

Durante a campanha, aliados viram internamente o governador ter um dos seus momentos mais frágeis politicamente. Parte de seus aliados deixou a articulação para disputar as eleições. Ao mesmo tempo que ele sofria ataques na eleição da capital, a Assembleia Legislativa (ALERJ) iniciou uma maior pressão por meio de uma CPI. O movimento foi visto como uma maneira de o presidente Rodrigo Bacellar (União) obter mais influência no governo.

Também estariam no pano de fundo as eleições de 2026. Bacellar é um dos cotados a concorrer ao governo, e seus movimentos visam a barrar avanços de caciques tanto do PP, Doutor Luizinho, quanto do MDB, Washington Reis. Ambos são próximos ao governador e vistos como possíveis concorrentes.

Essas duas legendas também ganharam força no pleito de 2024: o PP saltou para 16 prefeitos e o MDB elegeu mais dois, chegando ao comando de nove municípios. Um bom desempenho do PL e dos aliados diretos e próximos de Castro é visto dentro do governo como um respiro em um momento de fragilidade. Interlocutores analisam que o quadro pode indicar uma virada de chave.

Como presidente do União Brasil, Bacellar também viu seu partido sair vitorioso no interior e se tornar-se o terceiro com mais prefeitos eleitos, com 12 munícipios. No entanto ele teve uma derrota em seu reduto eleitoral: Campos dos Goytacazes. Apesar de seu irmão Marquinho Bacellar (União) ser reeleito vereador, o do presidente da ALERJ viu sua candidata Delegada Madeleine (União) ser derrotada por Wladimir Garotinho. O prefeito foi reeleito com 69% dos votos e pelo PP, após ser filiado por Doutor Luizinho.

Fonte: O Globo

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