O crescimento do número de evangélicos no Brasil nos últimos anos é um fenômeno que está moldando as dinâmicas sociais e culturais do país. O número de fiéis foram de 3,6% da população em 1950, para mais de 30% em 2024, o que representa mais de 70 milhões de pessoas. A ascensão não se limita apenas ao aumento numérico, mas reflete uma mudança significativa na presença evangélica em diversos aspectos da vida pública. As igrejas evangélicas estão em toda parte, desde ruas e instituições de ensino até hospitais e grandes eventos, demonstrando uma visibilidade que antes não existia.
O crescimento acentuado pode ser atribuído à pluralidade das igrejas, que vão desde as mais tradicionais até as mais contemporâneas. As comunidades evangélicas também estão se tornando cada vez mais ativas nas discussões políticas e sociais, rompendo com a visão de que a religião deve ser restrita ao espaço da igreja.
A participação tem sido marcada por um consenso em questões conservadoras, como a oposição ao aborto, a ideologia de gênero, além da defesa de valores familiares, alinhando-se frequentemente ao espectro político à direita. Nesse sentido os evangélicos têm exercido uma frente decisiva nas eleições brasileiras, influenciando os resultados tanto em pleitos municipais, quanto gerais.
A tendência é que essa força continue a crescer, contribuindo para uma inclinação ainda maior do país para a direita. O que era visto como uma onda, já é encarado como um tsunami sem precedentes. Seja nos templos, nas redes sociais ou nas urnas, os protestantes estão moldando o cenário político, cultural e econômico do país. Estimativas do demógrafo José Eustáquio Alves apontam que, se a curva se mantiver, o Brasil deve se tornar um país de maioria evangélica até 2032.
Curiosamente, essa realidade não se restringe ao Brasil. Países vizinhos como Argentina, Paraguai, Chile e Uruguai e até Venezuela têm visto um aumento significativo no número de protestantes. Além disso, há um ressurgimento do evangelho em partes da Europa, como Portugal e os Países Baixos.
Fonte: Conexão Política (redação Noroeste Informa)