O Ministério Público de São Paulo (MP-SP), por meio da promotora Marcela Agostinho Gomes, protocolou uma ação que visa tornar laica a Fundação João Paulo II (FJPII). A entidade católica, criada pelo fundador Monsenhor Jonas Abib, da suporte a Canção Nova, instituição católica que controla a maior TV dedicada ao catolicismo do país.
Na sexta-feira (24/01), o padre Wagner Ferreira da Silva, presidente do Conselho Deliberativo da Fundação João Paulo II e da Comunidade Canção Nova, divulgou um vídeo nas redes sociais. Nele o padre demonstra que a medida do MP-SP interfere gravemente na fundação, além de promover afastamento dele e de outros cinco membros do conselho deliberativo da FJPII.
A Justiça ainda não se posicionou sobre os pedidos da promotoria, mas é clara a tentativa de afastar a Fundação das razões para as quais foi criada. Na mensagem divulgada, padre Wagner reforça que a FJPII deve seguir como entidade evangelizadora, não abrindo espaço para se tornar uma promotora de políticas públicas. Afinal, nasceu católica e foi criada para promover a fé nesta religião.
O religioso afirmou ainda que a comunidade católica tomará as medidas legais para proteger o legado e a missão de Monsenhor Jonas, que dizia que a “fundação existe da Canção Nova e para a Canção Nova”, lembrou o sacerdote. A situação gerou verdadeiro escândalo entre os católicos, e sites especializados estão se dedicando ao assunto.
Na ação protocolada na Justiça, a promotora Marcela Agostinho tenta afirmar que a FJPII atua com “nítido desvio de finalidade, denotando o controle da entidade a favor dos interesses da Comunidade Canção Nova”. No documento enviado à Justiça, a promotora afirmou, no entanto, que teriam sido apurados supostos desvios da Fundação em favor da Canção Nova, incluindo “renúncia de receitas” pela primeira. Especialistas veem a suposição como improvável e como tendo o objetivo de laicizar o maior sistema de comunicação da Igreja Católica no país.
Fundada em 1982, a Fundação João Paulo II é uma entidade filantrópica e sem fins lucrativos e foi criada pela Canção Nova para ser uma mantenedora para o Sistema Canção Nova de Comunicação e Rede de Desenvolvimento Social Canção Nova. “A fundação precisa ser preservada em sua atividade evangelizadora. Por isso não vamos permitir esse movimento de laicização, esse movimento que quer, muitas vezes, tirar a finalidade de evangelização da Fundação João Paulo II”, disse padre Wagner.
