Nas últimas semanas, após a chegada do novo delegado, Carlos Augusto, as forças de segurança de Itaperuna, demonstraram um avanço significativo no combate ao crime organizado. Em particular ao tráfico de drogas, que vinha assolando a cidade com um aumento consistente dos casos de violência.
Desde então a Polícia Militar e a Polícia Civil, em conjunto, têm desmantelado pontos de venda de drogas e desarticulado a infraestrutura das facções que controlam o tráfico local. Pode-se inclusive destacar as operações realizadas em áreas de alto risco, como o bairro Matadouro e o Fiteiro.
Tais ações têm gerado um impacto considerável na principal facção criminosa da cidade, causando-lhe grandes prejuízos financeiros e logísticos. A operação de 27 de fevereiro, no bairro Matadouro, foi um exemplo claro de que as forças policiais estão indo além da simples apreensão de entorpecentes, atingindo diretamente o fluxo financeiro das facções.
Outra operação que mostra um reforço no combate ao crime é a que desmantelou uma central de monitoramento utilizada pelo tráfico para coordenar atividades ilícitas. A destruição desses pontos tem representado golpes consideráveis na capacidade de resposta dos traficantes.
Esses tipos de operação tem o mesmo caráter da política de segurança adotada pelo secretário de segurança pública de São Paulo, Delegado Derrite. Nelas a prioridade é o ataque ao financiamento do crime, algo que tem mostrado resultados positivos no combate ao tráfico e à violência em grandes centros urbanos.
Agora se as polícias estão, de fato, cumprindo seu papel ao atacar o crime onde dói, o que o poder judiciário está fazendo para dar suporte a essas ações? O que se espera, sendo fundamental para o sucesso dessa empreitada, é que o judiciário ajude no esforço e que não se mostre como um obstáculo.
A sensação de enxugar gelo, em que a polícia prende e o sistema judiciário solta rapidamente, é algo que precisa ser superado. Afinal, se as forças de segurança estão atingindo as facções no seu ponto mais vulnerável, ou seja, no dinheiro, o que se espera é que o poder judiciário também faça sua parte.
Polícia e o Judiciário devem operar de forma integrada, afim de garantir que a lei seja cumprida. A sociedade de Itaperuna (e os próprios policiais) não podem viver com a sensação de que todo esforço contra o crime é em vão.
Portanto, a pergunta que fica é – o poder judiciário de Itaperuna, estará à altura do desafio? Ou, mais uma vez, veremos o crime se refortalecer? Seguiremos com a impressão de que as polícias enxugam gelo em um ciclo sem fim?
O momento é de união e compromisso com a justiça, afim de que a resposta dada pelas forças de segurança não se perca em meio à fragilidade de um sistema judiciário falho.
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