Mundo: México elege hoje, pela primeira vez, juízes no voto popular

Mundo: México elege hoje, pela primeira vez, juízes no voto popular

Às 8 horas da manhã de hoje (01/06), acontece no México uma eleição inédita no mundo. Cem milhões de eleitores estão aptos a participar da escolha de ministros da Suprema Corte, magistrados regionais e juízes de distrito, um tipo de votação que não existe em nenhum outro país.

A Bolívia é o país com o sistema de escolha do Judiciário mais semelhante, mas o voto popular só é permitido para os cargos dos tribunais superiores. Outros países, como os Estados Unidos, limitam a votação para alguns juízes estaduais.

No México, a eleição por voto popular de todos os membros do Judiciário se tornou uma das bandeiras políticas mais importantes do movimento político Quarta Transformação (4T), liderado pelo ex-presidente Andrés Manuel López Obrador. Durante seu governo (2018-2024), López Obrador defendeu a ideia de “democratizar” o Judiciário, permitindo que os próprios cidadãos escolhessem diretamente os integrantes desse poder.

Na época, contudo, ele não tinha votos suficientes no Congresso para levar a proposta adiante. Isso mudou após a vitória avassaladora da coalizão da 4T em 2024, que elegeu a presidente Claudia Sheinbaum, e uma nova composição no Congresso, com votos suficientes para promover uma reforma constitucional no Judiciário.

Os que apoiam a medida a veem como um modelo pioneiro, que submete ao escrutínio popular as decisões e a atuação dos juízes em todos os níveis, dando aos cidadãos o poder de destituí-los se não fizerem bem o seu trabalho.

Já para os críticos, é uma ameaça ao contrapeso que o Poder Judiciário exerce frente ao Executivo e ao Legislativo, com potencial de abrir as portas para a atuação de juízes vinculados a poderes paralelos, incluindo o crime organizado.

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