O Senado Federal deve votar hoje (15/07), um Projeto de Lei (PL) que altera a classificação climática de 22 municípios das regiões Norte e Noroeste Fluminense de sub úmido seco para semiárido. A mudança permitirá aos produtores rurais a obtenção de linhas de crédito mais baratas e acesso ao Auxílio-Safra em casos de emergência climática, como estiagens ou enchentes. Isso pode representar, segundo a FIRJAN (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro), um impacto econômico de R$ 22 milhões por ano, destravando o acesso ao crédito rural e estimulando investimentos na cadeia produtiva agroindustrial nas duas áreas geográficas.
O PL se baseia em critérios técnicos apresentados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), que redefiniram o solo das regiões Norte e Noroeste Fluminense como de semiárido. Esta característica de terreno vai trazer opções para uma das regiões mais esvaziadas economicamente no Estado, como estímulo a investimentos em infraestrutura, acesso facilitado a crédito, fortalecimento das cadeias produtivas agroindustriais, apoio à formação profissional e aumento da produtividade regional. A previsão é de que a longo prazo tenha-se a elevação do Produto Interno Bruto (PIB) per capta e do IFDM (Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal), atualmente abaixo da média estadual.
O clima semiárido, também conhecido como estepe, é caracterizado por baixa precipitação, altas temperaturas, chuvas escassas e mal distribuídas, com longos períodos de estiagem. No Brasil, esse tipo de clima é geralmente relacionado ao Nordeste. Segundo José Carlos Mendonça, doutor em Produção Vegetal da UENF (Universidade Estadual do Norte Fluminense), esta nova realidade levou a mudança de hábitos da população local, com ameaças as suas colheitas, deslocamento para as cidades, desemprego e obrigando pecuaristas a venderem seu gado para outras regiões do país.
Fonte: Diário do Rio