Brasil: Banco Central mantém juros em 15% ao ano, maior nível desde 2006

Brasil: Banco Central mantém juros em 15% ao ano, maior nível desde 2006

O Banco Central (BC) manteve a taxa SELIC (Sistema Especial de Liquidação e de Custódia) em 15% ao ano. A decisão foi unânime e já era esperada pelo mercado financeiro. É a 2ª vez seguida que o COPOM (Comitê de Política Monetária) mantém a taxa básica de juros nesse patamar.

A taxa permanece no maior patamar desde julho de 2006, quando alcançou 15,25% ao ano. Na época o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) estava na reta final de seu 1º mandato.

Na reunião de julho deste ano, a autoridade monetária havia interrompido o ciclo de altas da taxa, iniciado em setembro de 2024. Antes disso a última vez que o Banco Central cortou os juros foi em maio de 2024, quando a taxa foi a 10,5% ao ano.

Depois, realizou duas manutenções antes de iniciar as altas novamente. A autoridade monetária já sinalizou que parte do impacto da Selic elevada ainda está por vir e que deverá ficar em 15% por período prolongado.

O comunicado do Copom afirma que o cenário externo segue incerto por causa da conjuntura e da política econômica dos Estados Unidos. O colegiado diz que seguirá acompanhando os desdobramentos do tarifaço sobre o Brasil. O BC avalia também que a atividade econômica no Brasil apresenta certa moderação no crescimento, mas afirma que o mercado de trabalho ainda mostra dinamismo. O colegiado indica que continuará sem subir o juro-base por mais tempo e que observará se essa medida é suficiente para assegurar a convergência da inflação à meta.

Responsável por medir a inflação oficial do Brasil, o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) anualizado em agosto foi de 5,13%, com uma leve deflação de 0,11% na taxa mensal. A inflação anual do país está fora do intervalo permitido pela meta definida pelo CMN (Conselho Monetário Nacional).

A decisão do Copom mantém o Brasil com o 2º maior juro real do mundo (descontada a inflação). A taxa é de 9,51% ao ano. O país só está atrás da Turquia, com juro real de 12,34%. O levantamento “ex-ante”, quando há estimativa dos juros reais para os próximos 12 meses, foi realizado pelas consultorias MoneYou e Lev Asset Management.

Fonte: PODER 360

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