O hábito da leitura entre os brasileiros está em queda. Em um país com mais de 200 milhões de habitantes, o número de não leitores representa 53% da população. Os dados foram apresentados pela sexta edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, do Instituto Pró-Livro e do Ministério da Cultura.
Segundo o levantamento, o Brasil tem atualmente cerca de 93,4 milhões de leitores (pessoas que leram ao menos um livro nos últimos 3 meses), algo que corresponde a 47% da população. O número é oito pontos percentuais menor do que o registrado no ano de 2007, quando o número de leitores representava 55% dos brasileiros.
A queda, no entanto, não é apenas percentual. O estudo também aponta para uma diminuição da capacidade de concentração e compreensão, acendendo um alerta sobre o avanço do chamado analfabetismo funcional. Entre os entrevistados, 36% dos admitiram ter alguma barreira de habilidade, como falta de concentração ou compreensão limitada. São pessoas que até reconhecem letras e números, mas não conseguem interpretar textos simples e usar a leitura e a escrita no cotidiano.
Além disso, a falta de paciência e de foco para a leitura saltou de 18% em 2007 para 40% em 2024. Para o professor do Departamento de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), Adauto Garcia Júnior, uma das explicações para o declínio da leitura é reflexo da informação instantânea, comum na internet e em especial nas redes sociais.
O prazer pela leitura também está em queda. A parcela dos que “gostam muito” de ler caiu de 31% em 2019 para 26% em 2024. Em contrapartida, o número de pessoas que afirmam não gostar do hábito cresceu de 22% para 29%. Quando questionados sobre o que mais gostam de fazer no tempo livre, os brasileiros são claros: o uso de internet e redes sociais vem muito antes da leitura de livros.
Fonte: Agência Senado










