O secretário de estado da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Felipe Curi afirmou, em entrevista coletiva, que as restrições impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por meio da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 635, conhecida como “ADPF das Favelas”, contribuíram para a expansão do Comando Vermelho (CV) em todo o país. O secretário também classificou o Comando Vermelho como uma organização terrorista, defendendo o endurecimento da legislação. “É uma organização que adota práticas terroristas, com táticas de guerrilha, uso de drones e ataques com granadas contra agentes públicos”, afirmou.
A ADPF 635 foi apresentada em 2019 e determinou restrições às operações policiais em comunidades fluminenses. Em 2020, o ministro Edson Fachin proibiu ações durante a pandemia, exigiu comunicação prévia ao Ministério Público, uso de câmeras nas fardas e limitou o emprego de helicópteros. Parte dessas medidas foram derrubadas em abril deste ano.
Curi afirmou que os complexos da Penha e do Alemão, antes considerados bases do CV no Rio de Janeiro, tornaram-se centros de comando nacional da facção. Segundo ele, a região concentra o envio de ordens e armas para outros estados, com média mensal de 50 a 70 fuzis negociados.
Conforme a Secretaria de Estado da Polícia Civil do Rio de Janeiro (SEPC), dos 113 presos, 54 têm antecedentes criminais. Entre os 117 mortos apontados como criminosos, 99 foram identificados, sendo 42 com mandados de prisão em aberto e 78 com histórico por crimes como homicídio e tráfico. Quarenta deles eram de outros estados, incluindo Pará, Amazonas, Bahia, Ceará, Goiás, Mato Grosso, Espírito Santo e Paraíba. Durante a operação, foram apreendidos 91 fuzis, 26 pistolas, um revólver, uma tonelada de drogas e dez menores de idade.
Fonte: Conexão Política











