Em 2024, a Amazônia enfrentou o maior número de focos de calor dos últimos 17 anos, segundo o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Até o início de dezembro, foram registrados 137.538 focos, um aumento de 43% em relação a 2023. Mais da metade desses incêndios ocorreu na Amazônia, com destaque para o Pará, estado líder em registros (54.561 focos) e cidades como São Félix do Xingu, Altamira e Novo Progresso entre as mais afetadas.

A situação se agravou devido ao desmatamento ilegal, comprometendo a qualidade do ar em cidades como Santarém, onde a poluição chegou a níveis 42,8 vezes superiores aos recomendados pela OMS.

Especialistas ressaltam que a Floresta Amazônica, por ser altamente úmida e sem adaptações ao fogo, sofre impactos mais graves do que biomas como o Cerrado, que é naturalmente adaptado a incêndios. Além dos danos ambientais, os incêndios causaram prejuízos humanos, com milhares de atendimentos médicos por problemas respiratórios e famílias inteiras lidando com perdas severas.