Pesquisadores da UFF, UFRJ e UERJ* confirmaram que micro e nanoplásticos estão amplamente presentes no meio ambiente e no organismo humano. O levantamento reuniu 140 estudos realizados em diversos países, incluindo o Brasil, e foi financiado pela FAPERJ (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro) e pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico).
Os cientistas explicam que os plásticos, ao se fragmentarem, formam micropartículas que se espalham pelo ar, pela água e pelo solo, sendo ingeridas ou inaladas por humanos e animais. Essas partículas foram encontradas em alimentos como sal, açúcar, mel, peixes e frutos do mar, além de serem detectadas no sangue, nos pulmões e até em placentas humanas.
Estima-se que uma pessoa consuma entre 39 mil e 52 mil partículas por ano, número que pode ultrapassar 120 mil ao considerar a inalação. No entanto, os pesquisadores alertam que esses valores podem ser ainda maiores, já que as nanopartículas são mais difíceis de detectar.
O estudo reforça a necessidade de medidas urgentes para reduzir o descarte inadequado e ampliar a reciclagem. Segundo os autores, o enfrentamento do problema exige ações coordenadas de governos e indústrias. Desde 2022, a ONU tenta aprovar um tratado internacional para combater a poluição plástica, mas o acordo ainda não foi concluído.
* Universidade Federal Fluminense (UFF), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ)











