A Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (ALERJ) resolveu soltar o deputado estadual e presidente da casa Rodrigo Bacellar (UNIÃO) em votação agora a pouco. Ele havia sido preso pela Polícia Federal (PF) na Operação Unha e Carne. Segundo a PF, Bacellar é suspeito de ter vazado informações sigilosas da Operação Zargun, deflagrada em setembro, em que o então deputado estadual TH Joias foi preso.
Embora tenha sido solto por decisão do plenário, a decisão judicial mantém, por hora, o afastamento de Bacellar da presidência da ALERJ. Na ausência do presidente, a sessão foi conduzida pelo vice-presidente, Guilherme Delaroli (PL).
O regimento interno da ALERJ estabelece que, havendo vaga em qualquer posto da Mesa Diretora, nova eleição deve ocorrer em até cinco sessões. Lideranças partidárias avaliam que, mesmo com a prisão revogada, existe brecha para que Delaroli permaneça à frente da ALERJ como “presidente em exercício”, ao menos até o fim do mandato atual.
Embora o regimento não preveja que o vice assuma definitivamente, o legislativo fluminense já adotou esse entendimento no passado. Em 2017, após a Operação Cadeia Velha, que prendeu o então presidente Jorge Picciani, o Tribunal Regional Federal determinou apenas seu “afastamento do exercício da função”. Os deputados revogaram a prisão, mas a medida foi restabelecida dias depois. À época, o posto foi herdado pelo então vice-presidente, Wagner Montes, sem nova eleição.
Mesmo com o precedente, algumas lideranças também avaliam que Delaroli não teria perfil para se manter à frente da Assembleia, por ser considerado integrante do baixo clero. Por isso, o Partido Liberal já articula apoio ao nome de Douglas Ruas (PL), atual Secretário de Estado das Cidades e deputado estadual, que já era cotado para a sucessão de Bacellar desde antes da crise.










