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Estiagem prolongada fez preço da carne disparar

Estiagem prolongada fez preço da carne disparar

O preço das carnes registrou a maior variação em quase quatro anos ao chegar a 2,97% em setembro. A alta foi motivada pela menor disponibilidade no mercado, a proteína tem a primeira variação positiva no acumulado em 12 meses desde janeiro de 2023.

O percentual apresentado no início do mês (09/10) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) representa a maior variação de preços para o subgrupo do IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) desde dezembro de 2020 (+3,85%).

Após figurar em queda no acumulado anual desde fevereiro de 2023, o preço das proteínas registrou variação de 2,92% nos 12 meses finalizados em setembro. No período, a maior baixa foi apurada justamente em setembro do ano passado (-11,06%).

A segunda alta consecutiva no preço das carnes ocorre após seis deflações seguidas, entre fevereiro e julho. André Almeida, gerente responsável pelo IPCA, explica que a forte estiagem e o clima seco contribuíram para a diminuição da oferta das carnes, fator resultante na elevação dos preços com a manutenção da demanda.

É importante lembrar que tivemos quedas observadas ao longo de quase todo o primeiro semestre de 2024, com alto número de abates. Agora, o período de entressafras está sendo intensificado pela questão climática“, disse ele.

Caio Ferrari, professor de economia do Ibmec-RJ, explica que o produtor de gado define o volume de animais que será disponibilizado ao mercado com base nos preços atuais e nas expectativas para o futuro. Ele destaca que, devido ao ciclo produtivo mais longo das carnes, os preços podem reagir com uma defasagem maior em comparação a outros alimentos.

A posição de Ferrari é confirmada pelo tradicional índice de referência da arroba à vista dos animais prontos para o abate em São Paulo, que aparece cotado a US$ 53,18 (R$ 294,2). O valor médio é o maior apurado desde 17 de julho de 2023, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).

Fonte: Uol Economia

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