Neste ano o PP e o PSD, ambos ligados ao prefeito Alfredão, receberam no meio político o nome de “Nominatas da Morte”. São chamados assim pois o nível de dificuldade para uma vitória nesses partidos é alto ou muito alto. Calma, você vai entender.
Devido ao tipo do sistema político brasileiro a verdadeira disputa para cargos proporcionais (vereadores e deputados) acaba ocorrendo dentro dos partidos. Internacionalmente conhecido como voto proporcional em lista aberta, não são os candidatos mais votados que ganham (sistema majoritário), mas sim os candidatos mais votados dentro dos partidos mais votados. Em resumo a pessoa escolhe o candidato que quiser, mas os votos são contados primeiro para o partido do candidato e depois para os próprios candidatos. Já nominata é o nome informal que se dá ao grupo de candidatos a vereador/deputado de cada partido.
Encerrada a eleição e contados todos os votos, primeiro se verifica se o partido (nominata) tem votos suficientes para “fazer vereador” (Quociente Eleitoral). Verificados os partidos que fizeram vereadores, os mais votados de cada partido são considerados eleitos. É por isso que com frequência candidatos com poucos votos vencem e outros com muitos votos perdem.
Pelas estimativas o Quociente Eleitoral em Itaperuna nesta eleição será por volta dos 4 mil votos, por isso a estimativa é que para eleger dois vereadores o partido precisará pelo menos passar dos 6 mil votos. O segundo vereador seria eleito na sobra (mas vamos deixar as regras de sobra para outro momento).
No PP estão três vereadores que buscam a reeleição – Adenilson Zacharias (1.202 votos em 2020), Glauber Bastos (1.448 votos em 2020) e Vivi Dentista (951 votos em 2020) – veja a lista completa de candidatos do PP aqui. Caso repitam as suas respectivas votações, o que não é fácil, os três juntos teriam pouco mais de 3500 votos.
Sendo assim, para que dois destes três vereadores (Glauber, Adenilson ou Vivi) sejam reeleitos ainda faltam 2500 votos no mínimo. Simplificando, os outros 11 candidatos do PP precisam ter cada um pelo menos 225 votos e ainda que isso ocorra um dos três não irá se reeleger. Três entram e (talvez) dois saiam.
Já no caso do PSD a coisa é ainda mais complicada. Ali também competem três candidatos de peso – Paulo César Contador (1237 votos em 2020), Marquinho de Retiro (1611 votos em 2020) e Eduardo do Toldo (Keila, sua esposa, teve 2120 votos em 2020). Caso repetissem suas respectivas votações eles juntos teriam 4968 votos, ou seja, mais que suficiente para fazer um vereador. Fazer a segunda vaga seria bem simples, em teoria, mas na prática não é!
O problema é que a situação atual desses três personagens é bem diferente de 2020 e os demais candidatos do partido não ajudam (veja a lista completa de candidatos do PSD aqui). Os três grandes já esperam que as suas votações caiam ou pelo menos não subam, já os outros sabem que não tem muitas chances de vitória e tendem a desanimar da disputa. Assim como no filme Mad Max e a Cúpula do Trovão, três entraram e provavelmente só um vai sair.
Não é atoa que esses partidos foram apelidados de Nominatas da Morte!
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