O Brasil caiu seis posições no ranking do The Democracy Index 2024, da Economist Intelligence Unit (EIU), ocupando agora o 57º lugar entre 165 países e dois territórios avaliados. O estudo, que mede a qualidade da democracia global, aponta que o país ficou atrás de nações como periféricas como o Suriname.

A classificação leva em conta cinco critérios: processo eleitoral e pluralismo, funcionamento do governo, participação política, cultura política e liberdades civis. Entre os fatores que impactaram negativamente o desempenho do Brasil, o relatório menciona a polarização política e os embates do Supremo Tribunal Federal com as big techs, especialmente em relação à censura digital.

“A censura de um grupo de usuários ultrapassou os limites do que pode ser consideradas restrições razoáveis à liberdade de expressão, especialmente no meio de uma campanha eleitoral”, diz o levantamento.

O ranking classifica os países em quatro categorias: democracias plenas, democracias falhas, regimes híbridos e regimes autoritários. O Brasil foi classificado como uma “democracia falha” na pesquisa, ocupando a 10ª posição da América Latina, ficando atrás de países como Uruguai, Chile e Costa Rica, que são classificados como “democracias plenas”.

O enquadramento de “democracia falha” indica que, embora o Brasil realize eleições livres e justas e respeite liberdades básicas, existem fragilidades significativas na gestão governamental, na cultura política e na participação popular. Desde 2006, quando o país ocupava a 42ª posição com 7,3 pontos, o Brasil vem apresentando uma tendência de queda tanto na pontuação quanto na classificação no índice.