Mundo: Wall Street Journal afirma que Fux apontou falta de provas contra Bolsonaro

Um artigo de opinião publicado recentemente no jornal americano Wall Street Journal afirma que “o jeito brasileiro de praticar lawfare pegou Bolsonaro“. Lawfare é um termo em inglês que combina as palavras “law” (lei) e “warfare” (guerra) e significa o uso de instrumentos legais para se atacar politicamente uma pessoa.

A referência é em relação condenação, pelo Supremo Tribunal Federal (STF), do ex-presidente Jair Bolsonaro a 27 anos de prisão por tentativa de golpe de Estado. Bolsonaro sempre acusou o judiciário brasileiro de praticar lawfare contra ele, acusação também já foi feita no passado por outros políticos, como o atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O texto é assinado por Mary Anastasia O’Grady, que é colunista do jornal. Ela elogia o voto do ministro Luiz Fux, que foi contra a condenação de Bolsonaro, e concorda com alguns dos argumentos colocados por ele no julgamento.

Bolsonaro parece ter se reunido com pessoas, incluindo militares, para discutir o que seu gabinete precisava fazer para transferir o poder de acordo com a Constituição, caso fraude eleitoral fosse descoberta. O Ministério Público alegou ter encontrado um projeto de decreto que contemplava um plano para invocar a lei marcial“, escreve a colunista.

No entanto, como observou o ministro Fux, nenhum documento desse tipo foi protocolado no tribunal. Tampouco foram apresentadas provas de que Bolsonaro tenha tomado medidas para declarar estado de sítio. Fazer brainstorming não é crime, e nem intenções nem discurso são suficientes para condenar por tentativa de golpe” diz O’Grady.

Ela também afirma que, durante a invasão de Brasília por manifestantes bolsonaristas em 8 de janeiro de 2023, Bolsonaro estava na Flórida, e portanto não poderia ser implicado nesses atos. “Nada disso importou para o ministro Moraes e seus companheiros ideológicos no tribunal na semana passada. Eles tinham o homem certo e não encontrar um crime não os impediria de colocá-lo atrás das grades” diz ela.