Em Natividade um episódio inusitado está mexendo com os bastidores da política local. Júlio César Barbosa, o “supersecretário” que acumula várias pastas na prefeitura, está no centro de uma polêmica. Ele é acusado de usar o horário de expediente para participar de atividades eleitorais em favor de Murilo Júnior, candidato a prefeito pela coligação majoritária.
Segundo o advogado Thiago Luquetti, que representa a coligação opositora Renasce na Atividade, liderada por Taninho, Júlio César participou de reuniões com a Justiça Eleitoral em dias de trabalho, discutindo assuntos como propaganda e o plano de mídia das campanhas. “O problema é que ele estava lá como servidor público, pago pelo município, mas agindo em interesse eleitoral“, explicou Luquetti.
A ação, baseada no artigo 73 da Lei 9.504/97, que proíbe agentes públicos de fazerem campanha durante o expediente, rendeu uma liminar da juíza, que determinou que o secretário pare com qualquer atividade eleitoral durante o horário de trabalho. A justiça também solicitou que a prefeitura informe a jornada diária de Júlio César para acompanhar o caso de perto.
A situação pode trazer consequências graves. Além de uma multa que varia de R$ 50 mil a R$ 100 mil, os réus – Júlio César Barbosa, Murilo Júnior e o vice da chapa – podem ter seus registros de candidatura cassados. Se forem eleitos, há ainda o risco de perderem seus diplomas.
Para Luquetti, o impacto vai além das multas. “Essa é uma jogada política perigosa. Se comprovado o benefício eleitoral, eles podem perder o direito de concorrer, e isso pode mudar completamente o cenário local“, afirma o advogado.
O caso trouxe à tona algo inédito na região, marcando um ponto de virada nas disputas eleitorais de Natividade. Enquanto a defesa dos réus está em andamento, os eleitores assistem de perto aos desdobramentos dessa batalha, que pode alterar drasticamente o curso da eleição.