Não, não é nossa pretensão convencer você, nosso leitor, a defender uma possível candidatura de um cardeal ao posto de Papa. Primeiro, em virtude de, como cristãos, acreditarmos que Deus tem a palavra final na história e segundo, em virtude de que os cardeais votantes já estão isolados e defesas ou ataques a quem quer que seja pouco importam nesse momento. O objetivo desta matéria é defender um ponto de vista para que se, apenas se, o que dissermos acabar se concretizando, tenhamos a possiblidade de mostrar que nossa análise estava correta.
Um nome nos chamou bastante a atenção desde que começaram as especulações sobre quais seriam os possíveis sucessores do falecido Papa Francisco – o do Cardeal Erdo. Não tanto pelas suas qualidades, que são muitas e certamente serão consideradas caso ele obtenha os votos necessários, mas sim pelas condições com as quais chegou ao conclave.
Dentre as qualidades e condições que imaginamos dever estar nas considerações dos cardeais neste conclave para escolha de um nome estão: saúde, idade, geografia, capacidade administrativa, senioridade, temperança, unidade da Igreja e memória afetiva. Peter Cardeal Erdo, Arcebispo de Budapeste, pontua bem em todos os quesitos.
Feito cardeal pelo Papa João Paulo II, Erdo é veterano de dois conclaves (2005/2013) e portanto, não é um novato, tendo bom conhecimento da cúpula da Igreja. Ele também está em uma boa idade, 72 anos, ou seja, nem tão velho e nem tão novo. Como é possível ver na imagem de capa da matéria, tem uma boa saúde, carregando sozinho uma parte da cruz durante uma Via Crucis.
Ele também pontua bem no quesito administrativo, tendo sido, até onde se sabe, um bom administrador da sua arquidiocese. Sendo europeu, sem ser italiano, pontua positivamente tanto para os que defendem a volta do papado para a Europa, quanto para quem não quer a volta do papado para a Itália.
O cardeal também não é afeito a polêmicas, mas não abre mão da defesa da doutrina católica. Nesse ponto agrada aos progressistas, sem desagradar aos mais conservadores. Além disso não é fechado ao diálogo com quem pensa com quem pensa diferente, como mostrou durante o papado de Francisco.
Agora certamente o maior ponto a favor de Peter Erdo é a memória afetiva de João Paulo II. Alguém que ele lembra e muito. Quase todos, se não todos, os cardeais votantes neste conclave tornaram-se padres durante o papado de João Paulo II. Isso pode pesar bastante, caso o colégio cardinalício esteja procurando alguém que seja capaz de ocupar a lacuna deixada por ele.
Outro que se enquadra bem nessas condições é o cardeal brasileiro Odilo Scherer, mas essa é uma outra história…