A Concha Acústica, idealizada pelo falecido prefeito de Itaperuna, Claudio Cerqueira Bastos (Claudão), nasceu com o nobre propósito de ser um ponto cultural e de encontro para a cidade. Os anos se passaram e infelizmente, o que deveria ser símbolo de arte e convivência transformou-se em sinônimo de abandono, insegurança e degradação.
O local, sempre, desde a sua construção, apresenta sérias falhas técnicas e estéticas. A acústica, por exemplo, sempre foi péssima, o que obriga quem realiza eventos ali a ter que alugar estruturas e palcos para o uso musical. Sendo um infeliz detalhe que esse problema acústico não é sequer passível de solução.
A sua estética também não é das melhores e acaba sacrificando de maneira violenta o espaço público. Para quem chega na cidade, ela impede uma visão “mais aberta” e “completa” da Avenida Cardoso Moreira, o que daria uma sensação de amplitude e continuidade. Para quem está no calçadão, ela bloqueia a visão para o prédio histórico da Câmara Municipal e esconde a praça que fica “nas suas costas” o que cria uma sensação de encerramento prematuro do calçadão.
Agora, para piorar o que já não era bom, ela perdeu de vez sua função original e idealizada. Transformou-se, sem nenhum exagero, na primeira “cracolândia” de Itaperuna, com consequências visíveis e perceptíveis para todos vivem, transitam ou trabalham por ali.
Insegurança, vandalismo, invasões de residências, assaltos, roubos, perturbação da ordem e condições insalubres pelo acumulo de lixo. Até pequenos incêndios provocados por dependentes químicos, como o que ocorreu recentemente em um imóvel histórico na chamada “Rua das Flores“, tornaram-se comuns naquela área.
Diante de um cenário tão degradante insistir em preservar a Concha Acústica como está soa mais como um apego ao fracasso do que uma defesa do patrimônio. Temos que aproveitar esse momento, quando as obras de revitalização do calçadão da Avenida Cardoso Moreira estão para começar e fazer uma pergunta incômoda.
Será que vale a pena manter de pé um monumento que não cumpre seu papel e ainda contribui para a deterioração da cidade? Ou por outro lado não seria o momento de reconhecer que a demolição da Concha pode abrir espaço para um projeto realmente útil, mais seguro e esteticamente adequado para a nossa cidade?
Acreditamos que sim! É esse o momento de dar uma nova vida e um novo uso aquele espaço. Uma oportunidade única que talvez não se repita nesta geração. Para este site, Noroeste Informa, é chegada a hora de demolir a Concha Acústica.