Os Estados Unidos aprovaram ontem um novo tratamento para prevenir o HIV, que pode revolucionar a luta contra a Aids.
Medicamentos destinados a prevenir a transmissão do HIV existem há mais de uma década, mas geralmente exigem a ingestão diária de um comprimido.
Em 2021, a FDA (Administração de Alimentos e Medicamentos) aprovou o primeiro medicamento injetável com esse propósito, o Apretude, do laboratório ViiV Healthcare.
O novo tratamento, desenvolvido sob a marca Yeztugo pelo laboratório farmacêutico Gilead, consiste em duas injeções por ano.
Segundo a empresa, esse novo tratamento estará disponível a partir de agora para “adultos e adolescentes que pesem ao menos 35 kg”.
‘Dia histórico’
“Este é um dia histórico”, declarou Daniel O’Day, presidente e diretor-executivo do Gilead.
Esse medicamento, à base da molécula lenacapavir, é considerado um grande avanço.
A farmacêutica já comercializa desde 2022 um tratamento antirretroviral, o Sunlenca, desenvolvido a partir da mesma molécula.
Este último promete uma eficácia sem precedentes e pode mudar as regras do jogo contra a Aids, segundo especialistas.
Estudos demonstraram que o lenacapavir reduz o risco de transmissão do HIV em mais de 99,9% entre adultos e adolescentes, o que o torna funcionalmente semelhante a uma vacina.
A empresa realizou dois grandes ensaios clínicos.
No primeiro, que contou com a participação de mais de 2 mil mulheres da África Subsaariana, o medicamento permitiu eliminar completamente as infecções.
No segundo, com mais de 2 mil participantes de gêneros diversos, foram registradas apenas duas infecções, o que representa uma taxa de prevenção de 99,9%.
Os efeitos colaterais relatados incluem reações no local da injeção, dor de cabeça e náuseas.
“Avanço do ano”
Os resultados dos dois ensaios foram publicados no New England Journal of Medicine, e a revista Science descreveu o lenacapavir como o “Avanço do Ano” em 2024.
Fonte: UOL