Depois do Japão, foi a vez da União Europeia (UE) selar um novo e robusto acordo comercial com os Estados Unidos (EUA). O presidente americano, Donald Trump, tem demonstrado habilidade estratégica na condução de sua guerra comercial, o chamado tarifaço.

O novo acordo com a UE reduz substancialmente as tarifas sobre produtos estratégicos do bloco. As taxas para automóveis, semicondutores e produtos farmacêuticos foram reduzidas de 30% para 15%, e uma inédita tarifa zero foi acordada para setores cruciais como aeronaves, peças de reposição, produtos químicos e medicamentos genéricos. A exclusão de bebidas alcoólicas mostra que houve, inclusive, negociação técnica caso a caso.

Além disso, Trump conseguiu garantir um pacote bilionário de investimentos. A União Europeia comprometeu-se a aplicar US$ 600 bilhões nos EUA em equipamentos militares e cooperação industrial, outros US$ 750 bilhões no setor de energia.

Já a China concordou em manter por mais três meses as tarifas já em vigor nas relações comerciais com os americanos. Os chineses aceitaram uma taxação de 30% sobre seus produtos e concordaram em manter tarifas de apenas 10% sobre os produtos americanos. Trump também já fechou acordos tarifários com o Reino Unido, Indonésia, Filipinas e Vietnã.

Enquanto isso o Brasil segue a caminho de um isolamento internacional nunca antes experimentado na história nacional. Faltando poucos dias para que entre em vigor a tarifa de 50% sobre produtos brasileiros, o governo ainda não esboçou qualquer reação concreta as medidas de Trump. Pelo contrário, Lula segue escalando nos discursos e nas animosidades entre os países.