Esta semana Itaperuna e região viveram uma situação atípica. Frente ao forte temporal que atingiu a cidade um dia após o Natal (26/12), diversos pontos ficaram sem luz por horas e até dias. Entre os problemas enfrentados – comida estragada, comércios paralisados, sensação de insegurança, impossibilidade de se comunicar.
Se a falta de investimento em infraestrutura por parte da empresa enviou partes inteiras da Região Noroeste de volta ao início do século passado, a completa ausência de informações fez com que as pessoas entrassem em completo desespero. A revolta levou a protestos nas rodovias que paralisaram por completo o trânsito em uma época de estradas cheias.
As tentativas de religar a energia sem primeiro restaurar as linhas criaram diversos pontos de sobrecarga que provocaram novas quedas, atrasando o trabalho de religamento. Ficou ainda evidente que o sistema da ENEL funciona mais ou menos como os antigos pisca-pisca de Natal – quando queima uma lâmpada, as subsequentes queimam junto.
Tudo isso levanta uma questão que até então era pouco discutida – será que chegou a hora de romper com a concessão da ENEL? Caso a resposta seja positiva não estaremos sozinhos. São Paulo também passou por uma situação semelhante em 2023 que chegou ao ponto de levar o Prefeito a dizer que pediria a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) o rompimento do contrato com a ENEL. No último 27 de novembro, também vários prefeitos do estado do Rio de Janeiro se reuniram em Niterói para discutir a precária prestação de serviços por parte da concessionária.
Seja como for os habitantes das cidades do Noroeste Fluminense não podem ser tratados como de segunda classe em matéria de investimentos. A ENEL tem que se comprometer a fazer as mudanças necessárias em seus serviços ou devemos sim considerar o rompimento da concessão! A concessionária tem a obrigação de salvaguardar a capacidade fornecimento de energia elétrica e quando não for possível reestabelecer conforme manda a lei – em no máximo 24h nas áreas urbanas e 48h nas áreas rurais.
Observações:
1- Oficialmente a concessão da ENEL no Rio de Janeiro vence em 2026.
2- Ainda ontem leitores reclamavam de falta de luz na região urbana de Itaperuna (mais de 48h depois da chuva)