Aposentados, pensionistas e beneficiados por programas sociais vinculados ao salário mínimo (como o BPC) devem arcar com a maior parte do corte de gastos anunciado pelo governo Lula. O pacote divulgado na quinta-feira (28/11) pela área econômica ainda será enviado ao Congresso e precisa ser aprovado para virar lei.

Segunda a proposta, a nova regra que limita o crescimento do salário mínimo vai gerar uma economia para o governo federal de 109,8 bilhões reais entre 2025 e 2030. Isso equivale a um terço da expectativa total de economia de dinheiro público no período, 327,1 bilhões reais.

Ou seja, para cada 3 reais poupados com o pacote, 1 real virá do não pagamento de aposentadorias, pensões e benefícios sociais. O salário mínimo proposto para 2025 é de 1.515 reais, mas segundo a regra antiga o valor deveria ser de 1521 reais.

O salário mínimo serve de referência para 59,3 milhões de pessoas no Brasil. Além dos trabalhadores que, por contrato, recebem um salário mínimo (ou múltiplos do mínimo), há também as aposentadorias e benefícios como o Benefício de Prestação Continuada (BPC) vinculados ao mesmo valor.

A proposta de Haddad para o salário mínimo, fará com que o governo deixe de pagar em aposentadorias e benefícios sociais cerca de 2,2 bilhões de reais já em 2025 e o valor deve aumentar ano após ano. O corte sobre o valor das aposentadorias deve ser tão agressivo que está sendo chamado de pacote do Malddad nas redes sociais.