É vista com desconfiança até no governo a escolha do petista militante Marcio Pochmann para presidir o IBGE. O instituto apura indicadores sensíveis da economia, como o índice de inflação IPCA, PIB, pesquisas sociais, emprego/desemprego etc. A oposição teme manipulação de números por razões ideológicas.
Na polêmica sobre a taxa Selic de 13,75%, o governo Lula (PT) adota a estratégia de pressionar politicamente o Banco Central a alterar sua avaliação técnica para definir indicadores sensíveis da economia. Em todo o mundo democrático, os bancos centrais são autônomos, como no Brasil, blindados de influência política. A estratégia no IBGE reforça a suspeita de que o governo tenta desestabilizar a direção do BC para assumir o controle e definir taxa de juros irreais, de olho na próxima eleição.
A falta de dados confiáveis afasta investidores como ocorreu na Argentina de Cristina Kirchner, musa de Lula. Quando ela foi incapaz de derrubar a inflação e reduzir a dívida, aparelhou o Indec, o IBGE de lá, e passou a manipular e fraudar indicadores econômicos. Foi desastroso. O governo Kirchner foi acusado de fraudar o desempenho da inflação, por exemplo. Ajudou a destruir a economia e a reputação do Indec. Enquanto institutos independentes davam 19,6% de inflação, o Indec de Kirchner apontava 8,7%. A coisa desandou de vez e hoje, a inflação é de 100% ao mês.
Porchmann já atacou o Pix apenas por ter sido obra do governo anterior, ainda que o método tenha sido imitado até nos EUA. Sua mente confusa viu um passo na via neocolonial. Como todo bom desenvolvimentista parece ser adepto da maluquice de que o governo deve ter licença infinita para gastar. O Senador Ciro Nogueira (PP-PI) afirmou sobre a escolha de Marcio Pochmann para o Instituto “Colocaram o atraso no IBGE. Não adianta remar se querem afundar o barco e o presidente do IBGE é um rombo no casco”.