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Crise dos moradores de rua atinge Itaperuna

Crise dos moradores de rua atinge Itaperuna

Uma crise silenciosa, mas problemática, tem assolado diversas cidades mundo afora nos últimos anos, a dos moradores de rua. Não é que não existissem moradores de rua anteriormente, mas a situação tem ficado pior e mais complicada com os anos. O assunto é complexo já que não se trata de apenas uma questão habitacional. Na realidade falta de habitação quase nunca é a questão.

O grande combo gerador deste flagelo urbano está em regra associado ao abuso de substâncias (drogas em geral) somado a problemas mentais. Como nas últimas décadas o mundo vive uma epidemia no uso de entorpecentes somados a políticas antimanicomiais cada vez mais fortes, as ruas estão ficando cada vez mais cheias de pessoas que não possuem uma rede de cuidado.

Rede de cuidado, entenda, é a família nuclear (pai, mãe e irmãos), recursos financeiros ou apoio do estado. Nem sempre essa rede consegue afastar o indivíduo de morar na rua, mas quando a rede inexiste a pessoa acaba inevitavelmente abandonada.

A sociedade itaperunense começa agora a ter que lidar com essa crise de moradores de rua que afeta a tantas outras cidades pelo país. São diversos os espaços públicos que abrigam pessoas visivelmente transtornadas. A sensação de insegurança e insalubridade cresce a medida que nada é feito para encarar de frente o problema.

Para ficarmos apenas em alguns exemplos – Concha Acústica, mercado da antiga CAPIL, rua ao lado das Lojas Americanas, Prédio da Previdência Social na beira rio, Rodoviária, Papelaria Escolar, Óticas Precisão (unidade da Avenida Cardoso Moreira), Banco Santander. Em todos esses pontos e nas imediações pessoas se aglomeram, as vezes em claro estado de drogadição, outras apenas em confusão mental. Não raro acumulam lixo junto de si, flertando com a insalubridade. Frequentemente encenam confusões, brigas e escândalos. Nos últimos tempos podemos incluir na lista constantes intimidações a transeuntes e comerciantes.

É certo que essas pessoas são sujeitos de direito e merecem respeito no que tange a forma de serem tratadas. Agora também é certo que todos os demais cidadãos que acabam perturbados pelas suas ações também o são. É dever do poder público agir e o momento é agora, antes que as áreas centrais de Itaperuna se transformem em uma verdadeira “cracolândia“.

Ter humanidade, nesses casos, é entender que essas pessoas não estão na rua por vontade própria e sim pelas circunstâncias e que por isso mesmo não deveriam ali permanecer. Isso sem nem considerar que fazer algo nesse sentido atenderia, não só aos próprios moradores de rua, mas todos aqueles que também estão tendo que lidar com esse problema em suas portas.

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