O presidente Lula (PT) vai ter de escolher entre diminuir o número de aliados ou de mulheres na Esplanada dos Ministérios em meio às negociações com o centrão em busca de apoio no Congresso. Desde que acertou a entrada de PP e Republicanos no corpo ministerial, o governo tem tentado resolver um xadrez para não criar problemas com aliados nem quebrar promessas de campanha, mas Lula já aceita que alguma das pontas terá de ficar descoberta.
O presidente tem repetido que não quer diminuir o número de mulheres no alto escalão. A articulação do governo repassou isso para o centrão e busca saídas para que cargos visados, como Esporte, Ciência e Tecnologia e a presidência da Caixa Econômica, se mantenham com comando feminino. Por outro lado, os governistas tentam evitar que, para agradar o centrão, acabem desagradando aliados. O PSB, do vice-presidente Geraldo Alckmin, tem pastas em xeque, assim como membros do próprio PT de Lula e apoiadores antigos.
Lula já entendeu que a conta não fecha e tem ouvido aliados que defendem posições distintas. A decisão deverá ser tomada nas próximas semanas, com a retomada das sessões no Congresso e após reuniões com lideranças do centrão.