O Papa Leão XIV afirmou que, oficialmente, a Santa Sé não considera que a guerra na Faixa de Gaza possa ser classificada como um genocídio. Segundo o pontífice, embora o termo “genocídio” venha sendo usado com frequência crescente em relação à tragédia na Faixa de Gaza, “não podemos fazer nenhuma declaração nesse momento sobre isso”. Ele explicou que há uma definição técnica rigorosa do conceito, mas reconheceu que grupos de direitos humanos em Israel já adotaram essa narrativa.

Apesar de descartar o uso oficial do termo, Leão XIV demonstrou preocupação com a situação humanitária na região. Ele destacou a necessidade urgente de ajuda médica e humanitária, em especial para as crianças, e lamentou a ausência de uma resposta clara da comunidade internacional, mesmo diante da pressão dos Estados Unidos e de declarações recentes do presidente Donald Trump.

O Papa também alertou para o risco de a sociedade se tornar insensível diante da dor transmitida pelas imagens da Faixa de Gaza. “É uma resposta humana, porque só se pode aguentar certa quantidade de dor”, disse ele. Ainda assim, insistiu que os cristãos e a comunidade global não podem ignorar a crise e devem continuar a buscar soluções que revertam o quadro.

A postura do papa é condizente com a complexidade da realidade. Recentemente, o governo do Reino Unido, embora bastante crítico das últimas ações de Israel no território palestino, concluiu que não há genocídio. Entre os acadêmicos, também não há consenso acerca da aplicação do termo para descrever o que acontece na Faixa de Gaza.