Como foi noticiado mais cedo, o partido Avante trocou recentemente de presidente em Itaperuna. Não é a primeira vez este ano que algo desta natureza acontece na política itaperunense e acreditamos que não será a última.
Esse ano já tiveram seus presidentes trocados o PSD, o DC e mais recentemente o Patriota. Em todas as mudanças sempre a mesma tônica, sai um presidente que faz oposição ao Prefeito Alfredão e entra um que é seu aliado. O objetivo, claro, é garantir o apoio dessas siglas a reeleição do atual prefeito.
Quando vemos o quadro partidário como um todo percebemos que muitos partidos, além dos que já citamos, estão se concentrando nas mãos de aliados de Alfredão (PP, PMN, União Brasil, PL, PSDB). O objetivo desse acúmulo de legendas não parece ser apenas uma busca para viabilizar a reeleição do prefeito, mas principalmente inviabilizar as candidaturas de oposição.
Ainda que você não entenda o nosso sistema eleitoral, ao menos já deve ter percebido que sem ter um partido ninguém pode concorrer a nada. Esse fato somado a quantidade de partidos sob o controle dos aliados de Alfredão, diminui bastante a chance de outros candidatos poderem concorrer contra ele em 2024. Isso significa que esse acúmulo de partidos é acima de tudo uma tentativa de vencer por W.O. (sigla inglesa que significa sem oponente).
A estratégia não é imoral e nem ilegal, só que o tiro pode sair violentamente pela culatra. Em primeiro plano porque inviabilizando, pela via partidária, qualquer possibilidade de uma terceira via, Alfredão obriga que a Oposição se junte em torno de um único nome. Em segundo plano, porque é impossível para o prefeito conseguir o apoio de todas as legendas alcançando a sonhada vitória sem opoentes.
As últimas trocas partidárias, embora tenham enfraquecido o Vice-Prefeito Nel, aumentaram significativamente o peso eleitoral de Kadu Novaes (Republicanos), Alailton Pontes (MDB) e Robson Júnior (PRTB), líderes das únicas legendas que estão hoje sob o comando do bloco oposicionista. Além disso, considerando que Robson já se declarou como aliado de Novaes, Kadu ganhou gratuitamente a chancela de nome mais forte capaz de vencer Alfredão em 2024.
Considerando que o povo não está satisfeito com o governo Alfredão e que a tentativa de concentrar partidos no bloco governista para evitar outras candidaturas prova isso, o atual prefeito está escolhendo enfrentar um único oponente que pode também acabar concentrando consigo, não partidos, mas os votos para derrubá-lo.
