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Opinião: Marcelo Poeys, Res Publica não é Cosa Nostra!

Opinião: Marcelo Poeys, Res Publica não é Cosa Nostra!

Na noite da última terça feira (21/05) uma guarnição da PMERJ abordou uma Van Branca no Trevo de Boa Ventura que carregava uma enorme quantidade de drogas vindas da cidade do Rio de Janeiro. A van, de propriedade da prefeitura de Itaperuna, tinha dois ocupantes, ambos também servidores da prefeitura.

Após a grande apreensão as páginas oficiais do 29° Batalhão de Polícia Militar nas redes sociais divulgaram o feito de seus policiais. Horas mais tarde veículos de imprensa da cidade e região também o fizeram. Ninguém, entretanto, sequer citou as condições e com quem aquela grande quantidade de entorpecentes foram encontradas.

Todos tinham conhecimento que haviam servidores e uma van oficial envolvidas no caso, mas nenhuma menção havia sido foi feita até então. O motivo do silêncio sobre isso era a expectativa de que a Prefeitura Municipal de Itaperuna escolheria se manifestar antes que o assunto viesse a público. Só que a Prefeitura e o Secretário de Saúde (chefe dos servidores e responsável pela Van) escolheram ficar em silêncio.

O primeiro veículo de imprensa a noticiar a situação completa foi este site, o Noroeste Informa. Preservamos os nomes dos servidores e apenas indagamos o ocorrido como uma possibilidade quando já tínhamos informações que comprovavam os fatos relatados. Imediatamente após fomos seguidos por outros veículos de comunicação e a informação se propagou.

Marcelo Poeys veio a público horas mais tarde prestar esclarecimentos e seu tom no vídeo era de uma enorme indignação. Ele acusava inclusive desencontro de informações e falta de responsabilidade da imprensa no noticiado. Ai esta o problema!

Era dever dele ter tomado a dianteira e vindo a público antes que a informação viesse. Agora o que exatamente ele considerou um desencontro de informações? Uma enorme quantidade de entorpecentes ter sido encontrada em uma van da Secretaria de Saúde? Haver dois servidores da prefeitura dentro do veículo? Um deles assumir que a mala com as drogas lhe pertencia? Onde está o desencontro?

Não foi a imprensa que ocultou e preservou os nomes dos servidores em questão para que se resolvessem na justiça? Não foi a imprensa que deu tempo para que o secretário viesse a público se explicar antes que o assunto circulasse sozinho? Não foi o próprio secretário que preferiu não se manifestar deixando para fazê-lo apenas na quinta feira a tarde (23/05) quando as informações já haviam vazado ao público?

O que pareceu é que a Prefeitura de Itaperuna não gostou é de ser cobrada sobre o assunto. Como se o erro estivesse na cobrança, na revolta ou espanto popular. Pois não é!

A van pertence ao povo de Itaperuna! A gasolina da van foi paga pelo povo de Itaperuna! Os servidores que estavam na van, culpados ou não, tem seus salários pagos pelo povo de Itaperuna! Caso recebam diária pelo serviço prestado em outro município o valor também sairá do bolso do itaperunense. Então o povo de Itaperuna tem plenos direitos de cobrar explicações! Na vida pública a transparência não é uma opção, é um dever!

A revolta sem causa se deu por uma percepção errada de que a Prefeitura e a polícia teriam o direito a cuidar deste tipo de assunto longe dos olhos do povo e não tem! O itaperunense, principal patrocinador de todos os envolvidos, tem o legítimo direito de saber o que é feito com seus recursos como de cobrar sua correção. A imprensa apenas noticiou os fatos em si, a culpa ou não será determinada pela Justiça.

Diferentemente da vida privada, no serviço público tudo é proibido, exceto aquilo que é permitido pela lei e neste caso as violações foram claras. Marcelo sabe disso, mas preferiu mostrar indignação despropositada. Esqueceu-se, provavelmente por este ser um ano eleitoral, que Res Pública não é Cosa Nostra!

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