Embora a criminalidade tenha sempre estado presente em nosso município, até pouco tempo atrás podíamos dizer que existia uma espécie de distanciamento deste para com a sociedade. Homicídios, quando aconteciam, eram em locais isolados e com menor movimento, sem colocar em risco o corpo social como um todo. Essa realidade entretanto, tem mudado de maneira consistente.
São diversos crimes com uso de grande violência que tem acontecido em locais movimentados e centrais da cidade. Isso sem nem considerar o aumento considerável da ocorrência de pequenos crimes e da perturbação da ordem de maneira mais extensa.
O assassinato ocorrido na manhã deste domingo (12/01) no meio do calçadão da Avenida Cardoso Moreira, não deixa a menor dúvida que as coisas estão mudando rapidamente e para pior. No horário da ocorrência, por volta das 5:30h da manhã, o local já é bastante utilizado pela população em geral.
São transeuntes fazendo atividade física, religiosos se dirigindo para as primeiras celebrações de domingo, pessoas indo a padaria ou banca de jornais e até aqueles que precisam ir para seus trabalhos. Todos ficaram expostos a cena do assassinato e a uma moto em fuga pelo meio do calçadão. Nenhum destes, por outro lado, tem qualquer relação com a criminalidade ou com o crime em questão.
O assassinato deste domingo não é foi um caso isolado. Situações como essa tem se repetido de maneira consistente representando uma virada de chave na região. Em resumo, a violência em Itaperuna não está mais direcionada ou restrita apenas a passionalidade ou ao envolvimento com o crime, como anteriormente parecia ser.
Os bandidos tem, dia-após-dia, testado o sistema de segurança pública da cidade. Como nenhuma resposta dura tem sido dada, eles tem se sentido na liberdade de ir avançando mais e mais. O agravamento da violência tem sido tão profundo que fez com que a taxa de homicídios de Itaperuna ter sido pior que a do Rio de Janeiro em 2024. Enquanto isso a população itaperunense segue ficando, sorrateiramente, refém da criminalidade e perdendo sua liberdade.