Niterói está em polvorosa com a nova polêmica do momento: a concessão do título de Cidadão ao cantor Johnny Hooker, que disse que Jesus Cristo seria “travesti, transexual e bicha”. A maior honraria do legislativo foi aprovada pela Câmara Municipal, na terça-feira (16/04), por iniciativa da vereadora Benny Briolly (Psol), que destacou a contribuição do cantor à cultura e à luta pelos direitos da população LGBTQIAPN+.
Johnny Hooker tem cerca de 20 anos de carreira, seu primeiro disco solo, “Eu Vou Fazer uma Macumba pra Te Amarrar, Maldito!” alcançou o 1º lugar na plataforma de streaming Deezer. O título foi concedido menos de um mês depois de Johnny Hooker ter seu show cancelado pela Prefeitura de Niterói, por conta de pressão de parlamentares bolsonaristas. A rejeição foi lembrada pela vereadora: “Johnny foi perseguido e atacado covardemente pela extrema-direita bolsonarista de nosso município após anúncio de seu show. Niterói tem movimento LGBTQIAPN+ organizado”, disse ela.
O contra-ataque veio rápido e a discussão, ao que tudo indica, não acabou. O vereador bolsonarista Douglas Gomes (PL) apresentou, nesta quarta-feira (17/04), um projeto de decreto legislativo para revogar a homenagem. Ele alega que a aprovação não cumpriu o mínimo de dois terços (2/3) dos membros da Câmara, ou seja, 14 vereadores. Douglas reclama ainda que a proposta apresentada “extra pauta, sem conhecimento da maioria dos vereadores e sem ter sido discutido no Colégio de Líderes”.
O título de Cidadão Niteroiense foi aprovado por sete vereadores, e teve seis votos contrários. Oito parlamentares não estava presentes. Foram favoráveis: Professor Túlio (Psol), Paulo Eduardo Gomes (Psol), Anderson Pipico (PT), Leonardo Giordano (PcdoB), Andrigo (PDT), Milton Lopes, o Cal (PP). Os votos contrários vieram de Douglas Gomes, Daniel Marques (União), Folha (PSD), Casota (PSDB), Fabiano Gonçalves (Cidadania), Paulo Velasco (Avante).
Fonte: Fabiana Paiva
