Noroeste Informa

A política ama a traição e odeia o traidor

A política ama a traição e odeia o traidor

Nesta semana vimos mais um capítulo de retórica imortalizada pelo ex-governador Leonel Brizola em Itaperuna – a política ama a traição e odeia o traidor. Três candidatas ao posto de vereador(a) que estavam em partidos coligados a Kadu Novaes desistiram das suas candidaturas sem darem maiores explicações.

A saída das candidatas colocaria dois partidos de Novaes em dificuldades em virtude da cota de gênero imposta pela lei eleitoral, o Podemos e o Agir. No caso de Itaperuna, cada desistência feminina levaria a obrigação desses partidos de retirar dois candidatos homens.

Colocaria, mas não colocou. Por habilidade política, no momento das filiações, o grupo de Kadu garantiu que cada partido contasse com time de “candidatas suplentes“. O problema foi logo sanado, mas deixou impressões digitais muito claras. O advogado que acompanhou uma das desistentes, Camila Oliveira (Mila), por exemplo, é também advogado da campanha do vice-prefeito Nel.

Não seria a primeira vez que o grupo de Jair Bittencourt, pai do vice de Nel, usa desse tipo de subterfúgio nesta eleição. Logo após o final do período de filiações o PRTB trocou de presidente (saiba mais aqui). Na época a troca de comando acabou ceifando a pretensão de 14 pré-candidatos filiados por Novaes. Posteriormente Jair tentou forçar nos bastidores que Kadu retirasse sua candidatura a favor de Nel (saiba mais aqui).

Mudar de lado é válido e até comum na política, o que assustou a campanha de Kadu foi o tipo de golpe orquestrado e por quem. Não é o prefeito Alfredão ou seu filho, Murillo Gouvea, que tem tentado repetidamente dar rasteiras em Kadu e sim Nel e seu padrinho, Jair Bittencourt.

Os que acompanham a política a mais tempo sabem que esse é mesmo o modus operandi do grupo de Bittencourt. Basta lembrar-se de um famoso episódio quando o então coordenador de campanha de Cláudio Cerqueira Bastos (Claudão) trocou lado. Passou a apoiar Jair Bittencourt nas vésperas da eleição sem maiores explicaçõe$.

Quando ocorrem, as traições geralmente produzem muito alarde, o curioso é que como regra os traidores normalmente são bastante rejeitados tão logo passem as eleições. É como diria Brizola, a política ama uma traição, mas abomina o traidor.

Leia matérias relacionadas abaixo:

Compartilhe:

Facebook
WhatsApp
Telegram