O congresso nacional da juventude do PT (Partido dos Trabalhadores) aprovou uma moção para abrir um procedimento no comitê de ética do partido contra o vice-presidente nacional da legenda e prefeito de Maricá, Washington Quaquá. O prefeito já tem 3 pedidos registrados no comitê de ética por ter elogiado a mega operação policial no Rio de Janeiro, nos Complexos da Penha e do Alemão.
Segundo a juventude do partido, “não é de hoje que Quaquá vem escalando no seu discurso fascista, que vai contra os preceitos partidários, sem que qualquer medida à altura das suas declarações sejam tomadas no âmbito das instâncias petistas”. Em nota, Quaquá disse estar pronto para defender seus argumentos e posições. “Um partido popular e de esquerda não pode ser polarizado por uma juventude de classe média alta, universitária, que não vive a realidade do povo e idealiza a bandidagem”, disse ele.
As declarações que levaram ao pedido foram feitas durante um seminário do PT sobre segurança pública no Rio de Janeiro, realizado entre 1º e 2 de dezembro. “A gente entra nesses territórios para mudar a prática e a vida do território e libertar a vida do povo. Se a gente não faz isso, ninguém o fará. É óbvio que a polícia do Rio, o Bope, só matou ali otário, vagabundo, bandido. Eu perguntei: ‘Tem trabalhador aí?’. Não. Tudo bandido”, disse ele.
Algumas pessoas da plateia o confrontaram ao dizer que ele estava mentindo, o que provocou um bate-boca na ocasião. “Você vai ouvir eu falar ou vai ficar berrando? Então, era tudo bandido. Eu ouço bobagens à vontade. Espero que na democracia se ouça as bobagens dos outros. Eu ouço a de vocês, valeu? E depois querem dizer que são de esquerda e democráticos, mas só ouvem a própria opinião”, disse Quaquá.
Logo depois da operação, realizada em 30 de outubro, o petista afirmou em suas redes sociais que “ninguém enfrenta fuzil com beijinho”. Quaquá disse que “se enfrenta fuzil dando tiro em quem tá com fuzil” e que, embora se sinta consternado com a morte de policiais e inocentes, a grande maioria dos mortos era soldado do narcotráfico.










