O deputado estadual Jair Bittencourt tem feito uma verdadeira peregrinação ao Rio de Janeiro para tentar fortalecer sua posição junto as cúpulas partidárias. O movimento visa fortalecer o apoio a pré-candidatura de Nel a prefeitura de Itaperuna neste ano de 2024.
Até agora, entretanto, Jair tem falhado nas suas investidas. Seu rompimento com Alfredão foi limitado a alguns poucos desembarques e a corrente de forças que apoiam Nel ficou restrita ao PL (seu próprio partido) e ao Solidariedade. Partidos grandes e que tinham fortes ligações com o Bittencourt, PSD e PP, preferiram ficar ao lado de seu principal adversário, Murillo Gouvea, deputado federal e filho do prefeito de Itaperuna, Alfredão.
Sem achar portas abertas nas suas áreas de trânsito costumeiras, Jair voltou-se para outro lado. Desde fevereiro tem mirado ao bloco partidário e as lideranças que apoiam Kadu Novaes, presidente do Republicanos de Itaperuna. O movimento é arriscado e já gerou inclusive troca de farpas afiadas entre os dois grupos.
Nas suas reuniões constantes, em regra com um todo poderoso ex-presidente da Câmara Federal, Bittencourt implora que a candidatura de Novaes se retire em apoio a Nel. A resposta que tem ouvido é que isso é inviável. O poderoso político tem reafirmado não apenas seu apoio a Kadu, mas tem dito que se Bittencourt insistir na ideia de lançar Nel irá sozinho com seu pupilo para as urnas.
Sempre que volta para Itaperuna, entretanto, tenta animar seu grupo com avanços que não aconteceram. A iniciativa de seguir propagando uma ideia de união que não está nem perto acontecer, seja qual for a conformação, dá-se pelo desânimo que tem tomado conta do grupo do vice-prefeito. Sem estrutura e isolado, Nel apenas tem conseguido reunir forças em seu próprio bairro.
Enquanto isso Jair tem encarado a poderosa máquina de moer do filho de Alfredão, que fez dele e de Nel seus principais adversários. Segundo fontes ligadas ao prefeito, Murillo estaria disposto a qualquer coisa para derrotar Jair eleitoralmente, mesmo que isso signifique a derrota de seu pai na eleição este ano.
Como não tem encontrado espaço nas portas que bateu na capital, Jair procurou Novaes em particular algumas vezes. Nos encontros tentou dissuadir Kadu de uma candidatura solo em prol da formação de um grupão que seja capaz de derrotar Alfredão. O presidente municipal do Republicanos teria deixado claro, entretanto, que não iria, sob nenhuma hipótese a reboque de Nel, deixando aberta a porta apenas para o inverso.
Kadu não respondeu Jair baseado apenas na sua própria vontade. Ele sabe que tem o apoio de Waguinho (Presidente Estadual do Republicanos) e do poderoso ex-presidente Câmara Federal. Ambos já lhe garantiram que a pressão de Bittencourt não terá efeitos sobre sua pré-campanha e ele pode seguir seguro em sua caminhada.
Existe uma noção no Rio de Janeiro de que Jair precisa mais da união do que o grupo de Novaes. A prova disso seria que a insistência em uma união sempre parte do Deputado, nunca do outro lado e por isso não valeria a pena ceder a vaga principal.