O Inquérito 4.781, popularmente conhecido como Inquérito das Fake News, completou seis anos de tramitação. Instaurado pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, com o objetivo de investigar supostas ameaças e notícias falsas direcionadas à Corte e seus membros, o inquérito se tornou alvo de críticas quanto à sua condução e prazos.
O jornal O Estado de S. Paulo, em editorial publicado na segunda-feira (17/03), externa que a crítica à duração do inquérito não é infundada. O jornal afirma que, em seu início, apoiou a decisão de instaurar o processo, considerando o dever do STF de proteger suas prerrogativas. Contudo, com o passar do tempo, passou a criticá-lo devido a falta de uma conclusão do inquérito e o sigilo imposto por Moraes a investigação.
O editorial também aborda o posicionamento do presidente do STF, Luís Roberto Barroso, que, em dezembro de 2024, reconheceu que a investigação demorava devido à multiplicação dos fatos. O veículo sugere que o inquérito foi desenhado para se prolongar indefinidamente e que a questão da desinformação foi utilizada para concentrar poder nas mãos do relator, sem respeitar os limites constitucionais.
O jornal relata que a investigação começou após críticas massivas a ministros do STF e suas famílias, originados principalmente de apoiadores do então presidente Jair Bolsonaro (PL). A Corte teria, então, visto no processo uma forma de controlar o que é publicado sobre seus membros e as decisões da instituição. “Em português cristalino: por meio do Inquérito 4.781, o STF, garantidor maior das liberdades constitucionais, tornou-se um órgão de censura”, emenda o editorial.