O Senador da República Flávio Bolsonaro (PL) anunciou ontem (21/02) que o PL vai apoiar a reeleição do prefeito de Campos dos Goytacazes, Wladimir Garotinho (PP). No vídeo, o senador fala em gratidão, por Wladimir ter ajudado o pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, nas eleições de 2022.
O anúncio de Flávio atropela o seu próprio partido. O PL estava decidido a seguir, em Campos, com o União Brasil, chefiado pelo Presidente da Assembleia Legislativa, Rodrigo Bacellar. A família Bacellar é adversária ferrenha e histórica da família Garotinho no município do Norte Fluminense.
O anúncio deixou atônito o PL do Rio. Embora até diga que o PL está à disposição de Wladimir, Flávio tomou a decisão sem consultar ninguém do partido. A bancada do PL na Assembleia está perdida e dividida. Os deputados não querem apoiar Wladimir e temem ter problemas com o presidente da ALERJ e por outro lado, também não ousam desafiar a autoridade de Flávio Bolsonaro. Filippe Poubel, um dos mais ativos bolsonaristas em Campos, deu entrevista recentemente detonando a família Garotinho.
Esta é a segunda vez que o PL puxa o tapete de Bacellar. Em fevereiro do ano passado, parte do partido (incluindo o presidente estadual, Altineu Côrtes) chegou a lançar a candidatura de Jair Bittencourt à presidência da Assembleia, quebrando o que havia sido combinado com o campista. Em cima da hora, a candidatura dissidente acabou sendo retirada. A rusga, porém, deixou marcas que persistiram até pouco tempo atrás.
Na terça-feira (20/02), véspera da divulgação do vídeo de Flávio, Bacellar tinha batido com o governador Cláudio Castro (PL) como seria a atuação conjunta entre os dois partidos em cada um dos municípios fluminenses. Na ocasião, o combinado foi que os liberais acompanhariam o União Brasil em Campos.
Enquanto a turma do PL bate cabeça, quem bate palmas é Eduardo Paes (PSD). O prefeito do Rio já conquistou a executiva nacional do União, leia-se Antônio Rueda, mas esbarra numa ferrenha oposição por parte de Bacellar. Agora, que o Presidente da ALERJ foi traído, mais uma vez, pelo PL, quem sabe o gigante acaba aderindo à aliança de Paes pela reeleição.
Fonte: Berenice Seara