Sob o foco das atenções voltado para as preocupantes queimadas na Amazônia, o Pantanal, outro importante bioma brasileiro, enfrenta um aumento alarmante de incêndios. Os dados indicam que o número de focos de incêndio ativos no Centro-Oeste neste mês já é cinco vezes superior ao registrado em todo novembro de 2022. Esta nova onda de chamas representa uma ameaça significativa às unidades de conservação e aos refúgios das emblemáticas onças-pintadas, em uma região que ainda se recupera da devastadora onda de queimadas de 2020.
A resposta do governo liderado por Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à crise das queimadas na Amazônia tem sido objeto de críticas. Mesmo reconhecendo a insuficiência da estrutura de combate ao fogo, o governo não apresentou, até o momento, medidas significativas para reforçar a força-tarefa na floresta. No caso do Pantanal, o Ministério do Meio Ambiente alega ter enviado mais brigadistas e diz que atuará com reforço de aeronaves.
Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, o mês de novembro deste ano já contabiliza 1.244 focos de incêndio, contrastando com os 201 registrados no mesmo período do ano passado. O início do fogo remonta a outubro, quando 1.157 focos foram identificados no bioma, em comparação com apenas 48 no mesmo período de 2022.
Os números recentes acendem um alerta. Especialistas indicam que o regime de chuvas na região é impactado pela conjunção de El Niño e estiagem na Amazônia, prolongando a seca e tornando o bioma mais suscetível a incêndios. A fragilidade na prevenção e na estrutura de combate a incêndios, dividida entre floresta e Pantanal, intensifica a vulnerabilidade do bioma.